Os negros eram tratados com desprezo e vergonha. Cabo e Natal também adotava práticas racistas que
começaram a forjar as bases legais para o regime do
apartheid. Os
britânicos introduziram a lei
do passe no século XIX.
Isto surgiu a partir da regulamentação da circulação de pessoas negras
das regiões tribais para as áreas ocupadas por pessoas brancas e
mestiças, governado pelos britânicos. As leis não foram só criadas para
restringir a circulação de pessoas negras para essas áreas, mas também
para proibir a sua circulação de um bairro a outro sem o porte de um
passe. Os negros não tinham permissão para andar nas ruas das cidades
das colônias do Cabo e de Natal de noite e eram obrigados a portar seus
passes sempre que estivessem em local público. Em 1892, o voto dos negros foi limitado com base na educação e em
recursos financeiros.
O Partido Reunido Nacional, o principal partido político do nacionalismo
africânder, venceu as eleições gerais de
1948 sob a liderança de Daniel François Malan, clérigo da
Igreja Reformada Holandesa. Uma das principais promessas de campanha de
Malan era aprofundar a legislação de segregação racial. De acordo com os líderes do Partido Nacional, a África do Sul não
formava uma única nação, mas sim quatro nações composta por quatro
grupos raciais distintos: brancos, negros, de cor (mestiços) e indianos.
Estes grupos foram divididos em mais de treze "nações" ou federações
raciais. Os brancos abrangiam todos os falantes de inglês ou africânder; a população negra foi dividida em dez
grupos linguísticos. Em 1949, a Lei de Proibição dos Casamentos Mistos tornou ilegal o
casamento entre pessoas de raças diferentes. No ano seguinte, a Lei da
Imoralidade tornou crime relações sexuais entre pessoas de raças
diferentes.As primeiras manifestações contra o apartheid foram organizadas
pelo Congresso Nacional Africano,
partido político fundado em 1912 para defender os direitos dos negros,
assim como por brancos de mentalidade liberal. O protesto contra as Leis do Livre Trânsito, organizado pelo Congresso Pan-Africano, acabou
descambando na tragédia de Sharpeville em 21 de
março de 1960.
Enquanto uma multidão de manifestantes negros avançava em direção à
delegacia de polícia local, os ânimos se acirraram e a polícia abriu
fogo, matando 69 manifestantes e ferindo 180.
Todas as vítimas eram negras.
A terra conferida aos negros era tipicamente muito pobre,
impossibilitada de prover recursos à população forçada a ela. As áreas
de negros raramente tinham saneamento ou eletricidade. Os hospitais
eram segregados, sendo os destinados a brancos capazes de fazer frente a
qualquer um do mundo ocidental e os destinados a negros,
comparativamente, tinham séria falta de pessoal e fundos e eram, de
longe, limitados em número. As ambulâncias
eram segregadas, forçando com que a raça da pessoa fosse corretamente
identificada quando essas eram chamadas. Uma ambulância "branca" não
levaria um negro ao hospital. Ambulâncias para negros tipicamente
continham pouco ou nenhum equipamento médico.
Nos anos 1970,
a educação de cada criança negra custava ao estado
apenas um décimo de cada criança branca. Educação superior era
praticamente impossível para a maioria dos negros: as poucas universidades
de alta qualidade eram reservadas para brancos. Além disso, a educação
provida aos negros era deliberadamente não designada para prepará-los
para a universidade, e sim para os trabalhos braçais disponíveis para
eles.
Trens e
ônibus
eram segregados. Além disso, trens para brancos não tinham vagões de
terceira classe, enquanto trens para negros eram superlotados e
apresentavam apenas vagões de terceira classe. Ônibus de negros paravam
apenas em paradas de negros e os de brancos, nas de brancos.
As praias eram
racialmente segregadas, com a maioria (incluindo todas as melhores)
reservadas para brancos. Piscinas públicas e bibliotecas
eram racialmente segregadas mas praticamente não havia piscinas ou
bibliotecas para negros. Quase não havia parques, cinemas, campos para
esportes ou quaisquer amenidades a não ser postos policiais nas áreas
negras.
Os bancos de parques eram marcados "Apenas para europeus".
Sexo
inter-racial era proibido.
Nelson Mandela foi uma das principais figuras da oposição
ao apartheid. Mandela tornou-se presidente nas primeiras eleições presidenciais livres
em muitos anos. É interessante examinar o que motivou os criadores das políticas de apartheid
e qual visão do mundo foi defendida por essas pessoas para justificar
tal discriminação. É comum considerar que o apartheid tem, como
centro de suas crenças, que: (I) outras raças diferentes da branca são
inferiores; (II) que um tratamento inferior a raças "inferiores" é
apropriado; (III) e que tal tratamento deveria ser reforçado pela lei. O governo sul-africano tentou dividir o Estado da África do Sul
reconhecido internacionalmente em um sem número de republiquetas. Algo
como 87% da terra era reservada aos brancos, mestiços,
e indianos. Cerca de 13% da terra era divida em
dez "pátrias" fragmentadas para os negros (80% da
população) aos quais era dada "independência", apesar da autonomia ser
mais teórica que real: o exército da África do Sul interviria para
remover governos das "pátrias" que implementassem políticas que não
fossem do gosto da África do Sul. O apartheid Sul-africano foi condenado internacionalmente como
injusto e racista. Após o fim do apartheid, o novo regime aplicou diversas ações afirmativas visando a beneficiar as
vítimas do regime discriminatório. Porém o novo regime acabou por
segregar os sul-africanos de origem chinesa que viviam no país desde o
início do século e que também sofreram os efeitos discriminatórios do apartheid,
mesmo que em menor escala. Somente em 2008, após a Associação Chinesa
da Africa do Sul entrar com uma ação na Suprema Corte Sul-Africana, os
sul-africanos de origem chinesa passaram a ser definidos como "novos
negros", se tornando, então, também elegíveis para os benefícios de
compensação concedidos às vítimas do apartheid. O padrão de vida da minoria branca ainda é
melhor do que o da maioria negra, porém, após o fim do apartheid,
ocorreu um aumento da pobreza entre os membros da minoria branca.
Turma: 9º
Data: 28/10/2015
Nome: Jenifer Silva e Sara Rosa. *-*